O que é denotação e conotação?


O que determina o significado de uma palavra é o contexto em que ela aparece e, dependendo do contexto, uma mesma palavra pode ter significações diferentes. Dá-se o nome de polissemia aos vários significados que uma mesma palavra pode assumir em diferentes contextos.

A significação das palavras não é fixa, estática. Com o uso, elas podem deixar de representar apenas a ideia original (básica e objetiva), passando a englobar, por associações, outras significações.

Quando se diz "Paulo é uma fera em informática", é claro que não se está afirmando que Paulo é um animal carnívoro bravio, ou seja, a palavra fera não está sendo usada em seu sentido próprio, original, mas em sentido figurado, significando pessoa de grandes conhecimentos, especialista em determinado assunto.

Quando a palavra é empregada em seu sentido original, dizemos que há denotação, ou que a palavra está empregada em sentido denotativo. Quando empregada com outra significação, dizemos que ocorre conotação ou que a palavra foi empregada em sentido conotativo.

A denotação é sempre impessoal, objetiva; é a palavra em "estado de dicionário". A conotação apresenta um caráter pessoal, subjetivo, sendo passível de interpretações diferentes. A conotação é sempre secundária em relação à denotação, ou seja, o sentido denotativo de uma palavra é sempre anterior a um possível sentido conotativo.

EXERCÍCIOS

Texto para as questões 1 a 3.

A origem da palavra computar é muito antiga e começa com o latim putare (epa!), fixar quantidades, de onde derivaram palavras como disputar, reputar, imputar. O verbo putar não existe em português, mas seu DNA pode ser encontrado na palavra putativo, ainda muito usada na linguagem jurídica: quando perguntamos "Quem é o pai da criança?", os possíveis suspeitos são chamados de pais putativos. E, para os muito curiosos, a resposta é não: aquela famosa palavrinha de quatro letras não tem nada a ver com tudo isso: ela vem do latim puttus, menino (e em Portugal ainda é usada com esse mesmo sentido; nós, brasileiros, é que a pervertemos...).

Odisseia Digital. São Paulo: Abril, mar. 2001. p. 14. Exemplar integrante das revistas Vip, Web! e Superinteressante.

1. O texto afirma que a palavra computar proveio do latim putare. Ainda segundo o texto, disputar, reputar e imputar também derivaram daquele verbo. No português, porém, elas são consideradas primitivas porque já as recebemos assim formadas.

a) Procure, num dicionário, as formas latinas que deram origem a essas palavras.

b) Cite palavras que pertençam à mesma família de computar, reputar, imputar e disputar e explique como elas foram formadas.

2. O texto afirma que o DNA do verbo putar (que não existe em português) pode ser encontrado na palavra putativo.

a) Como se formou o termo DNA?

b) O termo DNA foi empregado em sentido denotativo ou conotativo? Justifique.

c) Justifique por que, na palavra putativo, pode-se encontrar o DNA do verbo putar¹.

3. "[...] aquela famosa palavrinha de quatro letras não tem nada a ver com tudo isso: ela vem do latim puttus, menino (e em Portugal ainda é usada com esse mesmo sentido; nós, brasileiros, é que a pervertemos...)"

a) Há um trecho, nessa passagem, que pode ser lido de duas maneiras, ou seja, foi redigido de um modo que possibilita dupla interpretação. Qual é esse trecho e quais são suas possíveis interpretações?

b) Redija o trecho de forma a evitar essa dupla interpretação.

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